Uma das características comuns a todos os seres humanos é a inconstância. Coleções de moda que são o máximo numa estação geralmente aparecem nas liquidações da próxima. A pessoa inconstante é aquela que tem falta de constância, firmeza ou estabilidade. Ser inconstante é ser volúvel e infiel. O comportamen­to do povo de Israel no deserto é um exemplo de extrema inconstância.

Imediatamente após o evento profundamente significativo da Páscoa (Êx 12), tendo acabado de deixar o mar Vermelho aberto por Deus (Êx 14) e depois de um culto de louvor em reconhecimento à grandeza e à bondade de Deus (Êx 15), os hebreus sofreram um ataque de inconstância.

"Não há nada para beber!"

Bastaram três dias no deserto para que os israelitas começassem a recla­mar. Primeiro “não há nada para beber!" Depois, "esta água não é boa!", e, então, "não há nada para comer!" Pense naquela criança enjoada nas fé­rias da família, multiplique por uns cem mil e, então, começará a ter uma idéia do que estava acontecendo. O cântico de Miriã sobre o grande Deus que opera maravilhas já havia sido esquecido (ver Êx 15.21). O que o povo estava cantando durante a sua longa marcha pelo deserto era uma música bastante diferente, irritante até.

Apesar da fiel e miraculosa provisão divina de água e maná, a reclama­ção continuou até a chegada ao acampamento de Refidim. Foi lá que Deus ordenou a Moisés que ferisse a rocha em Horebe (Êx 17). Ao fazer isso, uma torrente de água miraculosamente jorrou da pedra.

Bebendo da rocha

Em sua primeira carta aos coríntios, o apóstolo Paulo refere-se a este in­cidente, dizendo que "a pedra era Cristo" (1Co 10.4). Em outras palavras, num sentido espiritual e sobrenatural (ainda que também muito real), Je­sus estava com o povo de Israel durante sua longa jornada pelo deserto.
Que testemunho da fidelidade de Deus! O Senhor continuou a proteger o seu povo e a cuidar dele mesmo quando este fazia as piores reclamações. Que visão maravilhosa da graça!

Não é exatamente assim que Deus cuida de nós? Nós o adoramos de um jeito inconstante. Seguimos o Senhor esporadicamente. Em dado momento, louvamos a Deus por uma bênção em nossa vida, então,. de­pois, fazemos uma curva e o repreendemos por sua "falha" em não nos dar o que queríamos. Resumindo, somos inconstantes.

Apesar disso, ele continua fiel. Deus nunca deixa de nos amar. Seus dons -  incluindo o maior deles, o perdão dos pecados e a promessa de vida eterna - nunca são ofertados com base nos méritos. Somos ex­cêntricos demais para merecer qualquer coisa de um Santo Deus. Não obstante as bênçãos de Deus são derramadas graciosa e gratuitamente. Quando mais nos concentrarmos nesta verdade e honrarmos o nosso fiel Deus, mais resolutos nos tornaremos em nossa devoção a ele.