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Artigo - A origem da trindade vulgo (trinitarianismo) 1ª parte

A origem da trindade vulgo (trinitarianismo) 1ª parte

Apesar de ser um tema muito falado e aceito no seio religioso, a trindade ou trinitarianismo é pouco estudado, principalmente a sua origem e quem encabeçou essa nova crença, bem como a sua estrutura. O nosso objetivo é trazer de forma simples e clara, buscando apresentar de forma resumida esse assunto.

Publicado em 29/06/2015 - 9930 Visualizações - 4 comentários

INTRODUÇÃO

Apesar de ser um tema muito falado e aceito no seio religioso, a trindade ou trinitarianismo é pouco estudado, principalmente a sua origem e quem encabeçou essa nova crença, bem como a sua estrutura.
O nosso objetivo é trazer de forma simples e clara, buscando apresentar de forma resumida esse assunto.
A trindade hoje tem sido tema de grande polêmica entre o mundo religioso, pois muitos julgam ser uma das partes principais do cristianismo, e que esse dogma está diretamente ligado às Escrituras Sagradas, mas, será isso verdade? A trindade foi instituída por Deus? Vem desde o início do mundo, ou foi criada depois da morte dos apóstolos?
Veremos a seguir o que nos diz a história, e, poderemos comparar com os registros bíblicos, e assim ficarmos esclarecidos à luz da Palavra de Deus.

1 – O QUE É O TRINITARIANISMO

Trinitarianismo é a crença na existência de três pessoas em um Deus. Isso tem sido afirmado de diversas maneiras, tal como "um Deus em três Pessoas", ou "três pessoas em uma substância." Ela afirma que, em Deus, há três distinções de essência e não apenas de atividades.
Os nomes dados a essas três pessoas são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
A doutrina trinitárianista ortodoxa, como se desenvolveu através dos séculos, afirma também que essas três pessoas são co-iguais em poder e autoridade, que são co-eternas no passado, presente, e futuro, e que a mesma natureza divina está contida plenamente em cada uma delas. Porém, cada uma dessas pessoas recebe uma característica única quando vista em relação às outras: o Pai não foi gerado, o Filho foi gerado, e o Espírito foi originado.
Os trinitárianistas afirmam às vezes que é exibida a singularidade do Pai na criação e a do Filho na redenção, e a do Espírito na santificação, contudo todos os três participam ativamente em cada obra com funções, com importância diversa. Desde que cada um participa da obra dos outros, não há clara distinção básica entre eles.
Os trinitárianistas chamam estas três pessoas de trindade ou Deus triuno. Um estudioso trinitárianista descreve a trindade como segue: "A Trindade não deve ser entendida como um Deus em três manifestações nem como uma tríade simétrica de pessoas com funções separadas; ao invés a Trindade significa um Deus em três modos de existência - Pai, Filho, e Espírito, e cada um desses participa da atividade dos outros." Os Trinitárianistas freqüentemente usam a figura de um triângulo para explicar sua doutrina. Os três cantos representam os três membros da trindade, enquanto o triângulo completo representa Deus como a trindade inteira. Assim, o Pai não é o Filho não é o Espírito Santo. Além disso, nem o Pai, o Filho ou o Espírito é completamente Deus sem os outros.

2 – COTRADIÇÕES TRINITÁRIAS

2.1 - O TRINITARIANISMO X TRITEISMO

Os trinitarianos ortodoxos negam o triteismo que é a crença em três deuses. Porém, quando chamados a explicar como pode haver três pessoas distintas e ainda apenas um único Deus, explicam finalmente que a trindade é um mistério que nossas mentes humanas finitas não podem compreender completamente.
Considerando que os trinitarianos tentam rejeitar o conceito de três deuses, ficam usualmente relutantes em descrever Deus em termos de três seres, personalidades, ou indivíduos. Um trinitário afirmou: "Nenhum teólogo Cristão importante tem argumentado que há três seres auto-conscientes na Divindade.
"Um outro escritor trinitário rejeita a idéia de que a trindade está composto de três indivíduos, mas ele denuncia uma ênfase exagerada na unicidade a qual (ele diz) conduz a uma visão judaica de Deus.
Essa relutância em usar termos que dividem Deus distintamente é recomendável; porém, pessoa é em si mesma, uma dessas palavras. Webster define pessoa como "um ser humano individual" e "a personalidade individual de um ser humano".
Não se trata apenas de uma mera discussão sobre terminologia; durante toda história do trinitarianismo, muitos trinitarianos tem interpretado praticamente o conceito de pessoa, e mesmo teologicamente, como significando três seres. Por exemplo, os três Capadocios do quarto século (Gregório de Nyssa, Gregório Nazianzus, e Basílio de Cesárea) enfatizaram a triplicidade da trindade a ponto de aceitarem três personalidades. Boecio (c. 480 - c. 524) definiu pessoa como uma “substância individual com uma natureza racional. "Dos tempos medievais até hoje, os trinitárianistas tem muitas vezes representado a trindade com a figura de três homens, ou com a figura de um velho, um jovem e um pombo.
Hoje, nos círculos Pentecostais trinitários, há um conceito de Divindade que implica declarado o triteismo. Isto se torna evidente nas declarações seguintes feitas por três trinitários Pentecostais - um famoso anotador bíblico, um evangelista proeminente, e um escritor.
"O que entendemos por Trindade Divina é o fato de haver três pessoas separadas e distintas na Divindade, cada uma das quais possuindo seu próprio corpo espiritual pessoal, alma pessoal, e espírito pessoal no mesmo sentido em que cada ser humano, anjo ou qualquer outro ser possui seu próprio corpo, alma, e espírito... Assim, há três pessoas separadas em individualidade divina e pluralidade divina. A palavra Deus é usada como singular ou uma palavra plural, como por exemplo, a palavra sheep, que em inglês, significa tanto um carneiro como um rebanho”. "Assim, há três pessoas separadas na divina individualidade e pluralidade divina... Individualmente cada uma é chamada Deus; coletivamente podemos nos referir a elas como a um Deus por causa de sua unidade perfeita...
Tudo o que pode pertencer coletivamente a Deus, também pode aplicar igualmente a cada membro da Divindade, como indivíduos. Porém há algumas particularidades que estão relacionadas individualmente a cada uma das pessoas da divindade no que diz respeito à posição, a ofício, e a obra que não podem ser atribuídas a qualquer outro dos membros da Divindade".
O terceiro trinitárianista Pentecostal, um escritor, cita uma definição de pessoa do Dicionário de Webster: "um individual particular”. Ele então dá sua própria definição “: UMA pessoa é aquele que tem intelecto, sensibilidade, e vontade”. Ele tenta reconciliar o uso trinitário da palavra pessoa.
"Quando o termo pessoa é aplicado a qualquer ser criado, representa um indivíduo absolutamente separado dos outros; mas quando aplicado ao Pai, Filho, e Espírito Santo, o sentido de pessoa deve ser qualificado para excluir uma existência separada, pois embora os três sejam distintos, são inseparáveis - um Deus.
Não obstante, com esta qualificação, pessoa permanece o termo que mais aproximadamente enuncia o permanente modo de existir na Divindade".
É evidente que muitos trinitarianos interpretam sua doutrina para significar três personalidades, três seres, três mentes, três vontades, ou três corpos na Divindade. Eles negam que por pessoa queiram significar apenas manifestações, papéis, ou relacionamentos com o homem. Em vez disso, defendem uma eterna triplicidade de essência embora admitindo que ela seja um mistério incompreensível. Reduzem o conceito da unicidade de Deus a uma unidade de várias pessoas. Pela sua definição, eles convertem o monoteísmo numa espécie de politeísmo, diferindo de politeísmo pagão no fato de haver uma concordância perfeita e perfeita unidade entre os deuses. Apesar das negativas trinitárias, isso é politeísmo - triteismo, para ser exato - e não o monoteísmo ensinado pela Bíblia e apoiado pelo Judaísmo.

2.2 – O TRINITARIANSMO X SUBORDINACIONISMO

Os trinitarianos negam também qualquer forma de subordinação de uma pessoa à outra em poder ou eternidade. Porém, eles dizem freqüentemente que Deus Pai é o cabeça da trindade, Deus Filho é gerado pelo Pai, e o Espírito se originou do Pai, do Filho ou de ambos. Novamente, eles insistem que não há nenhuma contradição, porque nossas mentes finitas simplesmente não podem compreender a plenitude do significado descrito por esses relacionamentos.
Porém, nós sabemos que através de toda história, proeminente trinitarianos interpretaram sua própria doutrina de certo modo que subordina Jesus Cristo ou o torna inferior.
Tertuliano, o primeiro expositor proeminente do trinitarianismo, ensinou que o Filho era subordinado ao Pai e que a trindade não é eterna. Ele ensinou que o Filho não existiu no princípio como uma pessoa separada, mas foi gerada pelo Pai para realizar a criação do mundo. Além disso, Tertuliano afirmou que a distinção de pessoas cessaria no futuro. Origen, o primeiro grande proponente do trinitarianismo no Leste, também viu o Filho como subordinado ao Pai em existência e ele sugeriu que até mesmo a oração deveria ser feita unicamente ao Pai.
Ambos os homens quiseram mencionar a divindade de Cristo quando usaram o termo Filho. Então, pode ser dito que o trinitarianismo começou com uma doutrina que subordina Jesus a Deus.
Em círculos trinitarianos modernos, há uma forma de subordinacionismo quando os trinitarianos usam as limitações humanas de Cristo para provar uma distinção entre Deus Pai e "Deus Filho" em vez de uma simples distinção entre a natureza divina de Cristo (Pai) e sua natureza humana (Filho). Por exemplo, usam as orações de Cristo, demonstrando falta de conhecimento, e falta de poder para provar que "Deus Filho" é diferente de Deus o Pai. Até mesmo quando afirmam a co-igualdade do Filho e Pai, eles a negam de uma maneira prática e confessam que eles não entendem o que isto realmente significa.
Os crentes Unicistas declaram que o Filho foi subordinado ao Pai. Porém, eles não crêem que o Jesus é subordinado ao Pai da maneira que os trinitarianos o fazem. Em vez disto, eles afirmam que Jesus no seu papel humano como o Filho foi subordinado e limitado, mas Jesus no seu papel divino como o Pai não foi subordinado ou limitado.
Em outras palavras, a natureza humana de Jesus foi subordinada à natureza divina de Jesus. Separando o Pai e Filho em pessoas distintas (separadas), os trinitarianos negam que Jesus é o Pai, diminuindo inevitavelmente assim a plena deidade de Jesus. Apesar das suas negações, com efeito, sua doutrina subordina Jesus ao Pai em deidade.

3 – TERMINOLOGIA NÃO BÍBLICA

Existe severos problemas com a terminologia trinitariana. Primeiro, a Bíblia em nenhuma parte usa a palavra trindade. A palavra três não aparece em relação a Deus em nenhuma tradução da Bíblia exceto na versão inglês King James Version, e somente uma vez naquela tradução - no verso duvidoso de I João 5:7.
Até mesmo nesta passagem se lê, "estes três são um." [Da mesma forma as diversas versões da Bíblia Sagrada na língua Portuguesa não se refere a Deus com a palavra três, nem aparece a palavra tindade.
Os tradutores da Versão Revisada de acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego reconhece que uma parte do texto duvidoso de I João 5:7 foi acrescentado erroneamente por tradutores a antiguidade, e deixaram fora a parte que normalmente se encontra entre cochetes, que indica que não se encontra nos textos originais.
A palavra pessoa não aparece em relação a Deus, também exceto duas vezes no KJV. Jó 13:8 refere para mostrar parcialidade. Hebreus 1:3 diz que o Filho é a expressa imagem da própria pessoa [A Bíblia na língua Portuguesa não usa a palavra pessoa nessa instância, mas a palavra Ser.] de Deus (onde significa natureza ou substância), não uma segunda pessoa. A Bíblia nunca usa a palavra plural pessoas para descrever a Deus. (A única exceção possível, seria em Jó 13:10, "acerbamente vos repreenderá se em oculto fordes parciais" mas este versículo obviamente demoliria o trinitarianismo se ele se aplica a Deus!)
Em resumo, como admitem muitos estudantes trinitários, a Bíblia não expressa a doutrina da trindade explicitamente. The New Catholic Encyclopedia declara: Há o reconhecimento por parte de exegetas [intérpretes] e teólogos Bíblicos… que alguém não deveria falar de Trinitarianismo no Novo Testamento sem qualificações sérias… exegese [interpretação] do Novo Testamento é aceita agora como não só tendo mostrado para isso o idioma verbal, mas até mesmo os padrões de característica de pensamento do patristico [pais da igreja] e o desenvolvimento conciliatório [conselhos das igrejas] teria sido bastante estranho à mente e cultura dos escritores do Novo Testamento."
O teólogo protestante trinitáriano Emil Brunner declarou, "A doutrina da Trindade em si mesma, porém, não é uma doutrina Bíblica e isto realmente não por acidente, mas de necessidade. Ela é o produto de reflexão teológica sobre o problema…. A doutrina eclesiástica da Trindade não somente é o produto de genuíno pensamento Bíblico, ela é também o produto de especulação filosófica que é remoto do pensamento da Bíblia”.

4 – DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO TRINITARIANISMO

Se o trinitarianismo não veio da Bíblia, de onde então ele se originou? Não há nenhuma pergunta que o trinitarianismo Cristão se desenvolveu durante vários séculos de tempo depois que o Novo Testamento foi escrito. De acordo com A Nova Enciclopédia católica , os historiadores de dogma e os teólogos sistemáticos reconhecem "que quando alguém fala de um Trinitarianismo não qualificado, se tem mudado do período de origens Cristãs a, digamos, ao último quadrante do 4º século… Do que tem sido visto até agora, poderia surgir a impressão que o dogma Trinitário é em última análise uma recente invenção do 4ª século.
De certo modo, isto é verdade mas insinua uma interpretação extremamente rígida das palavras chaves Trinitáriana e dogma… A formulação um Deus em três Pessoas não foi solidamente estabelecido, certamente não completamente assimilada na vida Cristã e sua profissão de fé, antes do fim do 4º século. Mas é precisamente esta formulação que tem primeira reivindicação ao título a dogma Trinitáriana.".
Traçamos brevemente o desenvolvimento histórico desta doutrina na Cristandade, mas primeiro deixa-nos explorar algumas raízes pagãs do trinitarianismo.

5 – ORIGENS PAGÃS

O estudioso trinitáriano Alexander Hislop afirma que - os babilônicos louvavam um Deus em três pessoas e usaram o triângulo eqüilateral como um símbolo desta trindade. No seu livro, Hislop mostra que quadros eram usados na Assíria antiga e na Sibéria para representar divindades triunas. Ele também traça mais as idéias trinitárianas no culto babilônico do pai, mãe, e filho, dizendo que a trindade babilônica foi "o Pai Eterno, o Espírito de Deus encarnado em uma mãe humana, e o Filho Divino, o fruto daquela encarnação".
O historiador Will Durant descreve a trindade no Egito antigo. "Ra, Amon, e um outro deus, Ptah, foram combinados como três incorporações ou aspectos de uma deidade suprema e triuna. "O Egito também tinha uma trindade divina de pai, mãe, e filho em Osiris, Isis, e Horus.
Trindades existem em outras religiões importantes pagãs como Hinduísmo, Budismo, e Taoísmo. O Hinduísmo tem tido uma trindade suprema desde os tempos antigos: Brahma o Criador, Shiva o Destruidor, e Vishnu o Preservador. Um estudioso descreveu esta crença: "Brâmane-Atman, a última realidade impessoal alcança uma manifestação tríplice religiosamente significante ou trimurti [tríade de deuses] pelas três deidades pessoais que representam as funções divinas de criação, destruição, e preservação respectivamente". Esta trindade é as vezes representada por uma espécie de um Deus com três cabeças.
O Budismo também tem uma espécie de trindade. O Mahayana (do norte) escola de Budismo tem a doutrina de um corpo triplo" ou Trikaya. De acordo com esta crença há três "corpos" do Buda-realidade. O primeiro é a eterna, realidade cósmica, o segundo é a manifestação divina do primeiro, e o terceiro é a manifestação terrestre do segundo. Além disso, muitos budistas adoram estátuas de Buda com três cabeças.
Taoísmo, a antiga religião mística da China, tem uma trindade oficial de deuses supremos - o Imperador Jade, Lao Tzu, e Ling Pao - chamadas as Três Purezas.
A trindade filosófica aparece em Platão e se torna muito significante no Neo-platonismo. Claro que, a filosofia grega, e pensamento particularmente Platônico e Neo-platônico, teve uma influência principal na teologia da igreja antiga.
Por exemplo, a doutrina trinitariana do Logos originou do filósofo Philo Neo-platônico. Assim, podemos ver que a idéia de uma trindade não originou com a Cristandade. Mas Era uma característica significante de religiões pagãs e filosofias antes da era cristã, e sua existência hoje em várias formas sugestiona uma origem pagã antiga.
 

6 – DESENVOLVIMENTOS PÓS-APOSTÓLICOS

As Escrituras não ensinam a doutrina da trindade, mas o trinitarianismo tem suas raízes no paganismo. Como, então, veio esta doutrina pagã achar um lugar na Cristandade? Para uma resposta a esta questão, temos confiado primeiramente nos professores seminaristas luteranos principalmente Otto Heick e E. H. Klotsche, o professor de história da igreja da Universidade do Yale, Roland Bainton, professor da universidade John Noss, o notável filósofo-historiador Will Durant, e a Enciclopédia de Religião e Éticas.
Sabemos que os pais pós-apostólicos (90 - 140 D.C.) não abraçaram a idéia de uma trindade. Pelo contrário, eles enfatizaram o monoteísmo do Velho Testamento, a deidade de Cristo, e a humanidade de Cristo. Os apologistas gregos (130 - 180 D.C.) também enfatizaram a unidade de Deus. Porém, alguns deles moveram-se para o trinitarianismo.
Esta tendência em direção ao trinitarianismo começou por fazer o Logos (a Palavra de João 1) uma pessoa separada. Seguindo um pensamento na filosofia grega, particularmente nos ensinamentos de Philo, alguns dos apologistas gregos começaram a ver o Logos como uma pessoa separada do Pai. Porém, isto não era trinitarianismo mas uma forma de binitarianismo, e uma que subordinou o Logos ao Pai. Para eles somente o Pai era o Deus real e o Logos eram um ser divino criado de segunda ordem. Eventualmente, o Logos foi comparado com o Filho.
Aparentemente, a fórmula batismal triuna se tornou uma prática entre algumas igrejas Cristãs, embora que haja poucas referências primitivas a ele poderia ser ou recitações de Mateus 28:19 ou interpolações somadas por copistas posteriores. Além disso, durante este tempo, nomeado um apologista chamado Theophilus usou a palavra tríade (triados) para descrever a Deus. Porém; ele não usou isto para significar uma trindade de pessoas provavelmente, mas antes uma tríade das atividades de Deus.
Irenaeus (morreu c. 200) é freqüentemente considerado o primeiro teólogo verdadeiro desta época. Ele enfatizou a manifestação de Deus em Cristo por causa da redenção. Alguns estudiosos tem caracterizado as crenças de Irenaeus como "trinitarianismo econômico." Por isto querem dizer que ele não creu em uma trindade eterna ou uma essência da trindade mas somente numa trindade que é temporária em natureza - provavelmente a trindade das atividades de Deus ou somente suas operações. Irenaeus que não usou a doutrina grega do Logos identificou o Logos com o Pai. Sua teologia teve três características chave: uma ênfase bíblica forte, uma reverência por tradição apostólica, e uma ênfase forte de Cristocentrico. Parece que ele não era um verdadeiro trinitário mas no máximo uma figura transitiva.
Em resumo, no primeiro século depois dos apóstolos, a doutrina da trindade não tinha nem mesmo ainda se desenvolvido. Porém, em alguns círculos uma forma de binitarianismo subordinationistica emergiu baseado em idéias filosóficas gregas, uma doutrina denunciada no primeiro capítulo do Evangelho de João. The New Catholic Encyclopedia diz de trinitarianismo nesta época na história da igreja: "Entre os Pais Apostólicos, remotamente não tinha havido nada ainda igual e chegado a tal uma mentalidade ou perspectiva; entre os Apologistas do segundo século, pouco mais que focalizar o problema como aquele da pluralidade dentro da Única Divindade… Na última análise, a realização da teologia do segundo século foi limitada… UMA solução trinitariana ainda estava no futuro".
 

7 – TERTULIANO – O PAI DO TRINITARIANISMO CRISTÃO

Quinto Septímio Florente Tertuliano, ou simplesmente Tertuliano (150 - 225 D.C.) foi a primeira pessoa registrada pela história para usar as palavras trindade (latim: trinitas), substância (substântia), e pessoa (persona) em relação a Deus. Ele foi o primeiro a falar de três pessoas em uma substância (o latim: una substantia et tres personae). Tertuliano aderiu à concepção econômica da trindade. Quer dizer, ele creu que a trindade existe somente com a finalidade de revelação, e depois que isso tem sido realizado a distinção entre as pessoas cessará. Porém, ele definitivamente diferiu de Irenaeus, ele usou a doutrina do Logos dos apologistas gregos. Tertuliano comparou o Logos com o Filho. Ele acreditava que o Pai trouxe o Logos à existência para a criação do mundo e que o Logos era subordinado ao Pai.
A doutrina da trindade não apresentou nenhum problema para Tertuliano, pois sua teologia inteira apoiou-se no pensamento que o quanto mais impossível é o objeto da fé, o mais certo ela é. Ele foi caracterizado pela declaração, "eu acredito porque é absurdo".
Existe alguma questão sobre o que Tertuliano realmente significou por sua formulação trinitariana, especialmente seu uso da palavra latim persona. De acordo com o manual de termos teológicos, na lei Romana a palavra significa uma entidade ou pessoa legal. No drama ela significa a máscara usada por um ator ou, por extensão, um papel feito por um ator. Nenhum uso necessariamente indica o significado moderno de pessoa como um ser auto-consciente.
Por exemplo, um ator poderia fazer vários papéis (personae) e uma corporação legal (persona) poderia consistir de diversos indivíduos. Por outro lado, presumivelmente a palavra poderia também designar seres humanos individuais.
No quarto século, a palavra grega hypostasis foi usada na formulação oficial da doutrina trinitária. De acordo com Noss, hypostasis era uma palavra abstrata significando subsistência ou manifestação individualizada. Ele diz, "Quando esta formulação foi traduzida para o latim, o grego um tanto abstrato por manifestação individualizada se tornou a palavra bastante concreta persona, e foram sugeridas conotações de personalidade distinta e auto-suficiente, de certo modo não entendida pelo fraseado grego original".
Porém, esta palavra latina concreta foi precisamente aquela que Tertuliano tinha usado anteriormente. Um outro estudioso declara que até a época que hypostasis foi traduzido persona as duas palavras foram basicamente equivalente ambas significando "ser individual".
É aparente que muitas pessoas na época de Tertuliano opunham a sua nova formulação. Rejeitaram sua doutrina por duas razões: Sua Regra de Fé (credo primitivo ou declaração de crença) proibiu o politeísmo, e sua doutrina dividiu a unidade de Deus. Nosso conhecimento dos crentes modalistas (Unicistas) primitivos, Noetus e Praxeas, vêm da sua oposição forte a Tertuliano e sua oposição forte contra eles. Se Tertuliano quisesse dizer somente que Deus teve três papéis, máscaras, ou manifestações, não havia nenhum conflito com modalismo, especialmente porque Tertuliano não creu em uma trindade eterna. Então, concluímos que Tertuliano quis dizer três diferenças essenciais em Deus e que persona não conotou ou implicou uma personalidade distinta, como sugerido por Noss. Em todo caso, é claro que na época de Tertuliano os crentes Unicistas, viram sua doutrina como agudamente oposta a crença majoritária da época.
Embora Tertuliano, um africano, soubesse grego, preferia escrever em latim. Suas obras refletem a inclinação romana para a praticidade e para enfatizar a moral. Esse influente advogado atraiu muitos outros escritores para sua língua favorita.
Enquanto os cristãos gregos discutiam a divindade de Cristo e sua relação com o Pai, Tertuliano buscava unificar a fé e esclarecer a posição ortodoxa. Em função disso, criou uma fórmula que é usada ainda hoje: Deus é uma única substância, consistindo em três pessoas.
Ao introduzir a fórmula o que se tornou a doutrina da Trindade, Tertuliano extraiu sua terminologia não dos filósofos, mas dos tribunais romanos.
Aqui é uma anotação final sobre Tertuliano. Ele se tornou um seguidor de Montanus, um herege primitivo que reivindicou ser o Paraclete (Consolador) prometido em João 14 e o último profeta antes do fim do mundo. Tertuliano eventualmente começou louvar o celibato e condenar o matrimônio. No final, ele foi excomungado junto com o resto dos Montanistas.

Obra em Restauração

Ibitinga - SP

Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. - Provérbios 3:5

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